Annelies Marie Frank (1929-1945) foi uma jovem judia, que
teria participado da Segunda Guerra Mundial, vítima do nazismo. Escreveu um diário, que se transformou
posteriormente num livro, em que relata sua vida no esconderijo onde ficou 25
meses escondida no denominado Anexo Secreto para não ser capturada pelos
nazistas.
Nasceu em 12 de junho de 1929 em Frankfurt , na Alemanha. Anne
Frank, como ficou conhecida, era a segunda filha do casal Otto Frank e Edith
Frank-Holländer. Margot Frank era a sua irmã, três anos mais velha. Os Frank
eram uma família de judeus liberais, que não seguiam todos os costumes e
tradições do judaísmo e viviam em uma comunidade de cidadãos judeus e não
judeus de várias religiões.
Anne passou a maior parte da vida em Amsterdã, nos Países
Baixos. Sua família se mudou para lá em 1933, ano da ascensão dos nazistas ao
poder. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, Alemanha invadiu os Países
Baixos e o governo de ocupação começou a perseguir os judeus através da
aplicação de leis restritivas e discriminatórias, como o registro obrigatório e
posterior segregação.
Para escapar dos alemães nazistas, a família de Frank ficou
escondida num porão com mais 4 judeus em 1942, nos fundos de escritório do seu
pai, Otto Frank. Foi durante esse período que Anne Frank escreveu o diário. Permaneceram
ali sendo alimentados por vizinhos, até 1944, quando foi descoberta pela
Gestapo, polícia alemã.
Anne, aos 15 anos, e Margot, sua irmã, foram separadas dos pais e
transferidas para o campo de concentração de Bergen-Belsen, perto de Hannover
(Alemanha), onde morreram de tifo. O único sobrevivente foi Otto Frank,
libertado pelo exército russo e repatriado para Amsterdã, onde recebeu o
diário, protegido por Miep Gies. Ele dedicou-se a espalhar as mensagens de sua
filha até morrer em agosto de 1980.
“Quando meus
pais casaram tinha o meu pai trinta e seis anos e a minha mãe vinte e cinco.
Minha irmã Margot nasceu em 1926 em Frankfort sobre o Reno; em 12 de Junho de
1929 vim eu. Como somos judeus, emigrámos, em 1933, para a Holanda [...] A
nossa vida decorria com as aflições do costume, pois as pessoas de família que
ficaram na Alemanha não escaparam às perseguições de Hitler. [...] Primeiro
veio a guerra, depois a capitulação, em seguida a entrada dos alemães. E então começou
a miséria. A uma lei ditatorial seguia-se outra; e, em especial para os judeus,
as coisas começaram a ficar feias. Obrigaram-nos a usar a estrela e a entregar
as bicicletas, não nos deixavam andar nos carros eléctricos e muito menos de
automóvel. Os judeus só podiam fazer compras das 3 às 5 horas e só em lojas
judaicas. Não podiam sair à rua depois das oito da noite e nem sequer ficar no
quintal ou na varanda. Não podiam ir ao teatro nem ao cinema, nem frequentar qualquer
lugar de divertimentos. Também não podiam nadar, nem jogar tênis. ou hóquei,
nem praticar qualquer outro desporto. Os judeus não podiam visitar os cristãos.
As crianças judaicas eram obrigadas a frequentar escolas judaicas.”
(O Diário de Anne Frank, Anne Frank)
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