quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Trechos - Diário de Anne Frank


"Apesar de tudo eu ainda creio na bondade humana."





"Aprendi uma coisa: só se conhece realmente uma pessoa depois de uma discussão. Só nessa altura se pode avaliar o seu verdadeiro carácter."



"Apetece-me escrever e quero aliviar o meu coração de todos os pesos. - O papel é mais paciente do que os homens -."

Obra de Anne Frank

              Quando Anne completou 13 anos de idade, ganhou um caderno para diário, encapado com tecido xadrez vermelho e verde e fechado por um fecho simples, sem chave. Anne o nomeou de Kitty. Nesse mesmo dia ela escreveu: "Espero poder contar tudo a você, como nunca pude contar a ninguém, e espero que você seja uma grande fonte de conforto e ajuda." O diário foi composto no período que se estende de 1942 a 1º de agosto de 1944. Escondida com sua família e outros judeus em Amsterdã durante a ocupação nazista nos Países Baixos, Anne Frank, conta, em seu diário, a vida deste grupo de pessoas. Esta foi uma das obras de maior impacto no século XX.





               Otto foi o único dos escondidos que sobreviveu no campo de concentração. Em 1947, o pai decidiu publicar o diário. O diário está no Instituto Neerlandês para a Documentação da Guerra. O Fundo Anne Frank (na Suíça) ficou como herdeiro dos direitos da obra de Anne Frank.

               Depois de receber um prêmio humanitário da Fundação Anne Frank em 1994, Nelson Mandela chamou uma multidão em Johannesburgo, dizendo que ele tinha lido o diário de Anne Frank enquanto estava na prisão e que o livro lhe trouxe muito estímulo em sua luta contra o apartheid.


Biografia de Anne Frank

             Annelies Marie Frank (1929-1945) foi uma jovem judia, que teria participado da Segunda Guerra Mundial, vítima do nazismo.  Escreveu um diário, que se transformou posteriormente num livro, em que relata sua vida no esconderijo onde ficou 25 meses escondida no denominado Anexo Secreto para não ser capturada pelos nazistas.
          Nasceu em 12 de junho de 1929 em Frankfurt , na Alemanha. Anne Frank, como ficou conhecida, era a segunda filha do casal Otto Frank e Edith Frank-Holländer. Margot Frank era a sua irmã, três anos mais velha. Os Frank eram uma família de judeus liberais, que não seguiam todos os costumes e tradições do judaísmo e viviam em uma comunidade de cidadãos judeus e não judeus de várias religiões.
            Anne passou a maior parte da vida em Amsterdã, nos Países Baixos. Sua família se mudou para lá em 1933, ano da ascensão dos nazistas ao poder. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, Alemanha invadiu os Países Baixos e o governo de ocupação começou a perseguir os judeus através da aplicação de leis restritivas e discriminatórias, como o registro obrigatório e posterior segregação.
Para escapar dos alemães nazistas, a família de Frank ficou escondida num porão com mais 4 judeus em 1942, nos fundos de escritório do seu pai, Otto Frank. Foi durante esse período que Anne Frank escreveu o diário. Permaneceram ali sendo alimentados por vizinhos, até 1944, quando foi descoberta pela Gestapo, polícia alemã.
           Anne, aos 15 anos, e Margot, sua irmã, foram separadas dos pais e transferidas para o campo de concentração de Bergen-Belsen, perto de Hannover (Alemanha), onde morreram de tifo. O único sobrevivente foi Otto Frank, libertado pelo exército russo e repatriado para Amsterdã, onde recebeu o diário, protegido por Miep Gies. Ele dedicou-se a espalhar as mensagens de sua filha até morrer em agosto de 1980.





“Quando meus pais casaram tinha o meu pai trinta e seis anos e a minha mãe vinte e cinco. Minha irmã Margot nasceu em 1926 em Frankfort sobre o Reno; em 12 de Junho de 1929 vim eu. Como somos judeus, emigrámos, em 1933, para a Holanda [...] A nossa vida decorria com as aflições do costume, pois as pessoas de família que ficaram na Alemanha não escaparam às perseguições de Hitler. [...] Primeiro veio a guerra, depois a capitulação, em seguida a entrada dos alemães. E então começou a miséria. A uma lei ditatorial seguia-se outra; e, em especial para os judeus, as coisas começaram a ficar feias. Obrigaram-nos a usar a estrela e a entregar as bicicletas, não nos deixavam andar nos carros eléctricos e muito menos de automóvel. Os judeus só podiam fazer compras das 3 às 5 horas e só em lojas judaicas. Não podiam sair à rua depois das oito da noite e nem sequer ficar no quintal ou na varanda. Não podiam ir ao teatro nem ao cinema, nem frequentar qualquer lugar de divertimentos. Também não podiam nadar, nem jogar tênis. ou hóquei, nem praticar qualquer outro desporto. Os judeus não podiam visitar os cristãos. As crianças judaicas eram obrigadas a frequentar escolas judaicas.”
                                                                                       (O Diário de Anne Frank, Anne Frank)